
Início
No início de 1993, o clima dentro das dependências do
Palmeiras era benéfico. Recentemente, o Verdão havia firmado um acordo com a
multinacional italiana Parmalat que, naquele início de temporada, investia
pesado em reforços junto à diretoria do Palmeiras. Além de Edmundo, o
lateral-esquerdo Roberto Carlos, o zagueiro Antônio Carlos e o meia Edílson
também eram craques recém-contratados. Logo de cara, estes novos componentes do
grupo se uniram aos jogadores que eram uma espécie de espinha dorsal na
conquista do vice-campeonato paulista no ano anterior: os goleiros Sérgio e
Velloso, os meias Zinho e César Sampaio e o centroavante Evair, o matador. Com
esta nova formação, o elenco do Verdão chegou a ser comparado com os timaços
dos anos 60 e 70 (que ganharam o apelido de Primeira e Segunda Academia,
respectivamente). Assim, nascia uma espécie de Terceira Academia.
Estreia
Sob comando do então treinador Otacílio Gonçalves, o
Palmeiras deu início à temporada de 1993 no dia 27 de janeiro, com uma vitória
diante do Marília por 2 a 1, em partida válida pelo Campeonato Paulista.
Naquela noite de quarta-feira, o jogador Catatau (Marília) abriu o contador. Em
seguida, Evair e César Sampaio, de virada, garantiram a vitória do Verdão. Já
em sua estreia, portanto, Edmundo degustou o sabor especial da vitória, a
primeira das exatas 125 que teria vestindo a camisa do Palmeiras ao longo do
tempo.
Fim da Fila
Com o advento do esquadrão de 1993, o Verdão se manteve
esperançoso desde o início para quebrar o jejum de títulos que, até ali, já
durava quase 16 anos. Curiosamente, o Palmeiras sagrou-se campeão logo na
primeira competição disputada naquele ano, vencendo o Campeonato Paulista. Não
se pode ignorar os méritos dos outros jogadores, mas Edmundo foi imprescindível
para a conquista do Paulistão, título que tirou o Palmeiras da fila. Naquele
Campeonato Paulista, o Verdão venceu todas as partidas em que Edmundo balançou
as redes adversárias (10 jogos).
Ídolo do Palmeiras
Pouco tempo depois de tornar-se jogador do Verdão, Edmundo
logo caiu nas graças da torcida. O atacante, à época, era um dos jogadores que
mais estava na mídia (tanto pelo seu futebol quanto pelas polêmicas em que se
envolvia fora dos gramados). Foi em São Paulo que Edmundo ganhou o apelido que
levaria por toda a carreira: Animal. O locutor esportivo Osmar Santos escolhia
o “animal” de cada rodada, ou seja, o melhor jogador. Devido ao seu
temperamento arredio e o costume de levar cartões vermelhos, a torcida
palmeirense identificou-o com o apelido, passando a gritar o famoso coro nas
arquibancadas: “Au au au, Edmundo é animal”.
A personalidade forte dentro de campo, muitas vezes
exagerada, já lhe rendeu alguns problemas com colegas de profissão, além de
punições. Nada que apagasse o brilho de seu futebol. Campeão Paulista em 1993,
o camisa 7 faturou também, naquela temporada, nada menos que o Torneio Rio-São
Paulo e o Campeonato Brasileiro. No ano seguinte, em 1994, o atacante chegou ao
bicampeonato Paulista e Brasileiro com o Verdão. Em 1995, já desgastado pelas
constantes brigas com alguns de seus companheiros de time (Rincón, Evair,
Antônio Carlos e o técnico Wanderley Luxemburgo), o jogador acabou se
transferindo para o Flamengo, após receber uma tentadora proposta do clube
rubro-negro, que investia pesado no ano de seu centenário. A saída de Edmundo
não foi das mais amigáveis, pois, mesmo envolvido frequentemente em brigas com
o grupo, Edmundo ainda havia recebido da diretoria palmeirense uma proposta de
renovação, por isso, muitos torcedores o acusaram de ser traidor. Mesmo assim,
ao ir embora do Verdão, Edmundo acabou deixando saudades.
Em 2006, Edmundo retornava ao Palmeiras. Prestes a completar
35 anos, o jogador já veterano não escondeu seu sentimento pelo clube, dizendo
abertamente à imprensa que, embora já não tivesse o vigor físico de antes, iria
"jogar com muito mais amor à camisa”. “Percebi a besteira que fiz na minha
vida quando deixei o Palmeiras", admitiu à época. Entre 2006 e 2007, o
Animal não conquistou títulos pelo Verdão, tudo o que conseguiu foi a
vice-artilharia do Brasileirão de 2007, após marcar 20 gols na competição. Em
contrapartida, Edmundo formou dupla inesquecível ao lado do meia Valdivia,
dando a cada jogo uma aula de futebol. Edmundo e Valdivia provocavam os
adversários e, na maioria das vezes, cumpriam promessas de gols. Ao final de
2007, o eterno camisa 7 pendurava de vez as chuteiras no Palmeiras. Desta vez,
só deixando saudade.
FICHA TÉCNICA DA ESTREIA
Data: 27/Janeiro/1993
Competição: Campeonato Paulista - 1º Turno
Local: Parque Antártica (São Paulo)
Árbitro: Edmundo Lima Filho
Público/Renda: 27.516 / Cr$ 1.506.465.000,00
Cartão Amarelo: João Luís, Júlio César e Catatau.
Expulsão: Miranda.
Gols: Catatau, aos 2 minutos do 1º tempo; Evair, aos 22, e César Sampaio, aos 25 minutos do 2º tempo.
Palmeiras: Velloso; João Luís (Maurílio), Antônio Carlos, Edinho Baiano e Roberto Carlos; César Sampaio, Mazinho e Edílson; Edmundo (Jean Carlo), Evair e Zinho.
Técnico: Otacílio Gonçalves.
Competição: Campeonato Paulista - 1º Turno
Local: Parque Antártica (São Paulo)
Árbitro: Edmundo Lima Filho
Público/Renda: 27.516 / Cr$ 1.506.465.000,00
Cartão Amarelo: João Luís, Júlio César e Catatau.
Expulsão: Miranda.
Gols: Catatau, aos 2 minutos do 1º tempo; Evair, aos 22, e César Sampaio, aos 25 minutos do 2º tempo.
Palmeiras: Velloso; João Luís (Maurílio), Antônio Carlos, Edinho Baiano e Roberto Carlos; César Sampaio, Mazinho e Edílson; Edmundo (Jean Carlo), Evair e Zinho.
Técnico: Otacílio Gonçalves.
Marília: Júlio César; Amauri, Miranda, Cavalcante e
Aílton; Tosin, Edílson e Nei (Cássio); Catatau, Vlademir e Guilherme.
Técnico: José Carlos Serrão.
Técnico: José Carlos Serrão.
NÚMEROS DE EDMUNDO NO PALMEIRAS
Jogos: 223
Vitórias: 125
Empates: 50
Derrotas: 48
Gols: 99
Vitórias: 125
Empates: 50
Derrotas: 48
Gols: 99
TÍTULOS DE EDMUNDO PELO VERDÃO
Campeonato Paulista: 1993 e 1994
Campeonato Brasileiro: 1993 e 1994
Torneio Rio-São Paulo: 1993
Troféu Athiê Jorge Couri: 1993
Torneio Brasil-Italia: 1994
Copa Lev Yashin: 1994
Taça Reggiana: 1993
Copa Nagoya: 1994
Campeonato Brasileiro: 1993 e 1994
Torneio Rio-São Paulo: 1993
Troféu Athiê Jorge Couri: 1993
Torneio Brasil-Italia: 1994
Copa Lev Yashin: 1994
Taça Reggiana: 1993
Copa Nagoya: 1994
OUTROS ESTREANTES DO DIA

Antônio Carlos Zago (*Presidente Prudente, SP,
18/05/1969) já era um zagueiro consagrado quando foi trazido para o Palmeiras,
no pacote da Parmalat. A partir do Brasileirão daquele ano, formou com Cléber
uma vitoriosa dupla na defesa alviverde. Mais tarde (2010), foi treinador do
Verdão. Pelo Palmeiras, Antônio Carlos jogou 188 partidas (114 vitórias, 38
empates e 36 derrotas), marcou 8 gols. Já como treinador, Zago comandou o
Verdão 19 vezes (9 vitórias, 5 empates e 5 derrotas).
.jpg)
Roberto Carlos (*Garça, SP, 10/04/1973) foi um dos
maiores laterais da história do Palmeiras. Chegou ao Palmeiras aos 19 anos de
idade. Ainda muito jovem, parecia ter a experiência de um veterano, chutava
muito forte, batia faltas com rara precisão e era praticamente incansável. Foi
titular na copa do mundo de 2002, conquistada pelo Brasil. Pelo Palmeiras,
Roberto Carlos disputou 185 partidas (113 vitórias, 43 empates e 29 derrotas).
Marcou 17 gols.
.jpg)
Edílson (*Salvador, BA, 17/09/1971) se destacou em uma
partida contra o Palmeiras ainda quando defendia o Guarani, em 1992. Chamou a
atenção do Verdão e foi trazido também no pacote da Parmalat. Após colecionar
títulos no Palmeiras, Edílson foi negociado com o Benfica (Portugal). Mais
tarde, em 1999, quando defendia o Corinthians, o jogador se envolveu em um
episódio polêmico atuando contra o Palmeiras: com o título praticamente ganho,
Edílson fez embaixadinhas para provocar o time do Palmeiras, e claro, conseguiu
o que queria. O jogo não terminou em decorrência de uma confusão generalizada
em campo. Depois deste dia, a moral de Edílson nunca mais foi a mesma com o
torcedor alviverde. Pelo Palmeiras, Edílson disputou 105 jogos (50 vitórias, 27
empates e 28 derrotas) marcou 59 gols.
Nenhum comentário:
Postar um comentário